terça-feira, 9 de junho de 2009

Mosteiro Beneditino coloca arquivo on-line

A Abadia de Einsiedeln, um mosteiro beneditino construído em 1130 entre as montanhas do cantão de Schwyz, está a webizar todo o arquivo. Tratam-se de 20 mil páginas de documentos desde o século X. Além disso, são disponibilizadas 16 mil imagens de fotografias.


Para se ter uma ideia do valor destas instituições culturais, veja acima a mais antiga certidão guardada pela Abadia de Einsiedeln: nela o duque Otto I dá, em 27 de outubro de 947 ao mosteiro, o direito de escolha livre do abade e também imunidade.

As dependências do arquivo têm forma de abóbada e está escondido numa transversal, no meio do gigantesco Mosteiro de Einsiedeln.
O director de projectos, Andreas Kränzle, historiador, é responsável pela completa reorganização do arquivo monástico. Chegou em 1997 ao arquivo e para ele foi como entrar num outro mundo. “Antes não havia luz eléctrica nas dependências do arquivo. Quando entrei lá pela primeira vez, fiquei extremamente impressionado.”Apesar de parte do arquivo monástico já ter sido organizado e catalogado no século XVIII, muitos objectos foram acrescentados e ainda não foram registados. “Por várias razões os arquivistas não puderam trabalhar todo este material. Por todos os lados se vê ainda objectos guardados sem nenhuma ordem.”


O arquivo do Mosteiro de Einsiedeln é um dos mais antigos da Suíça. O seu acervo compreende livros, certidões, plantas de arquitectura e fotos.
A direcção do mosteiro acreditava ter guardado todos os documentos sob boas condições climáticas, mas também estava ciente de que não poderia parar a roda do tempo. Para guardar com segurança esse material, decidiu não apenas reorganizar completamente o arquivo e digitalizar parte dos documentos, mas também aperfeiçoar as embalagens e o seu depósito.“As embalagens devem ser modernas e resistentes ao tempo”, esclarece Kränzle que mostra um exemplo. “Na maior parte dos casos utilizamos material sem ácidos ou até mesmo alcalinos. Dessa forma é possível contrabalançar por longos prazos ácidos contidos no papel ou na tinta.”Sobretudo as certidões de pergaminho com seus selos de resina exigem cuidados especiais ao serem guardadas e que podem ser completamente diferentes do papel.

Para digitalizar o acervo histórico, os responsáveis pelo projecto transferiram os opulentos adornados arquivos de Einsiedeln para uma construção moderna e austera dos arquivos públicos do Cantão de Zurique. “O espaço do arquivo no Mosteiro de Einsiedeln é muito restrito. Não poderíamos ter feito um bom trabalho por lá”, justifica Kränzle. “Embalamos tudo e depois, com ajuda de uma transportadora de mudanças, levamos os caixotes em nove viagens para Schwyz.”Cerca de 800 metros de metros de material foram levados para processamento à administração central do cantão. Antes que os documentos, datados até o ano de 1600, pudessem ser digitalizados, especialistas externos restauraram os mais velhos e valiosos. Depois as certidões foram seleccionadas por Kränzle e sua equipa de dez historiadores e estudantes e catalogadas numa base de dados.No contexto do projecto de certidões, mais de duas mil delas, cerca de 30 catálogos e 50 dos mais valiosos livros oficiais de registo foram digitalizados através de diferentes técnicas. São os documentos mais importantes, mas correspondem apenas a uma mínima parte do acervo completo.
Desde meados de Abril eles estão disponíveis como imagens e podem ser acedidos através de uma simples procura.
Actualmente um novo arquivo está sendo projectado pelo escritório de arquitectura Diener & Diener. “Os depósitos serão reconstruídos e estarão no subsolo”, revela Kränzle. Numa antiga oficina estarão futuramente os escritórios e também uma sala de leitura.“Estamos ainda no meio do planeamento. O pré-projecto está pronto. Agora o planeamento será finalizado e o prédio será construído no ano que vem. Talvez em 2011 ou 2012 possamos retornar à Einsiedeln para o novo arquivo.”

Galeria de Imagens


Redacção: Com Swissinfo.ch

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